no caminho que quero percorrer,por vezes fico parada olhando para a parede onde estão pendurados retratos de rostos sem figuras
esbatidos no tempo como as ondas do mar contra os rochedos
procuro o caminho para me encontrar
tenho a alma cinzelada de lindos sonhos rendilhados,já esburacados
onde se vêem amores desfeitos nos restos de vitrais pintados
num café devasso por onde passo
num tempo que se perdeu num leito de nevoeiro pardo
ouço o meu grito aflito na tinta que deles escorreu numa tarde de sol pálido
não quero ficar presa nos muros da minha solidão
nas tormentas dum sonho sufocado na agitação que me golpeia o peito
à noite quando me deito
à noite quando me deito
nos silêncios das vozes caladas das estátuas, nas pedras cinzeladas por muitas mãos
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