sábado, 28 de fevereiro de 2015

Quis arrumar a minha vida:

Quis arrumar a minha vida nas prateleiras de cima
para ficar,perdido no tempo
subi as escadas do amanhã que já foi ontem
porque quero embarcar,para lugar incerto
de onde eu não possa ver,as tuas mãos brancas
estendidas sobre a mesa,na espera angustiante
de um leve toque
para não me perder, em sórdidas paixões envenenadas
quero estar lúcido, como se nunca tivesse pensado
quero dormir como se tivesse sonhado
quero acordar e ver o luar,se ainda houver luar
quero ficar perdido no mundo,onde não seja possível
ser encontrado,e amanhã possa ser ontem

por ukymarques:
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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Começa Frágil:

Começa frágil a primavera,sobe um céu azul, salpicado de nuvens brancas
na inquietude frágil,da haste da papoila,no verde salpicado de branco,amarelo
que ondula indolente, no meio das margaridas selvagens,que se agitam num tremor
suave,soprado por um vento mole,que se arrasta na imensidão dos campos,num cálido
suspiro,a orvalhar nos olhos macerados,a essência da vida,parece haver um sossego dilatado
nestes campos ermos salpicados de verde, branco,amarelo,sobraçaindo as vestes se seda
vermelha,na dança sensual das papoilas,
os pássaros correm alvoraçados pousando de árvore em árvore, recriando beijos.e alegres
chilreadas,que são ouvidas como gargalhas,aos ouvidos das montanhas,acordando
auras de silencio, que repousam num estágio de indulgência,nas margens do rio
ouvindo o seu doce murmúrio,na brisa suave de uma primavera a renascer

por ukymarques:
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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Havia castelos no ar:

Havia castelos no ar de ameias feitas de renda
havia lindas raparigas,que são damas
de honor
havia festas,havia tambores havia bobos da corte
havia réis e rainhas
havia  princesas vestidas de seda
no meio de tanta beleza,havia  também
muita tristeza
paixões tornadas ilusões,vividas com dissabores
de tão frágeis que eram,amores perdidos
no murmúrio dos corredores
havia mistérios por desvendar,havia contos de fadas
por inventar
havia uma princesa triste com medo de se apaixonar
sabia que não podia namorar,vivia de olhar perdido
no príncipe que só sabia cavalgar,

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Hoje não dá:

Hoje,não dá para escrever, porque a imaginação ficou aprisionada,lá no fundo do abismo,onde estão aprisionadas todas as ideias, porque nos dias como os de hoje,só me apetece preguiçar,ficar assim,sair de mim,como se não existisse nada,no vazio total de mim,pairando dobre coisa nenhuma,como se fosse espuma, que as ondas empurram para fora do mar, esvaecendo-se na areia.tornando-se invisível
que nem o grito das gaivotas, nem o murmúrio das ondas do mar,ecoassem aos meus ouvidos, totalmente desprovidos da audição de tudo o que me rodeia,ficar assim no abstracto,sem o concreto,ser eu sem o ser

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sábado, 21 de fevereiro de 2015

No silencio da noite:

no silencio da noite, nas ruas da minha alma
há uma ansiedade gritante, que clama a tua presença 
meu amor,meu amante,porque demoras, a vir
quando os meus braços nus te esperam.inquietos
estendidos para ti,como serpentes ondulantes,com olhos,
de insónias 
ouço os teus passos incertos,entre a luz recortada,da lua
arquei-me o peito em delírio,sufoco-me no desejo,que rasga,
e queima a carne,embriagada no odor,que exala do teu corpo,
nos meses de estio,sinto dor ciume,amotinados na minha garganta
meus lábios procuram sedentes a tua boca,para acalmar meu coração
golfando,desejos loucos, ardendo em lava escaldante de volúpia
jorrando luxuria,vem e aquieta minha alma, gritante na ansiedade,
da tua ausência




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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Se o tempo quisesse:

se o tempo quisesse rasgar os sonhos
os sonhos voariam em pedacinhos
de papel,tão leves como pétalas de rosas
desfolhadas pelo vento,eu correria para,
os apanhar,colava-os  no tempo,
para que o tempo, fosse capaz de sonhar

por ukymarques:
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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Sempre quis:

Sempre quis que nascesse na palma minha mão
um poema,para que o vento lhe limasse as arestas
quando as mantivesse abertas
um poema liso belo que chegasse ao  coração
através dos olhos que o soubessem ver,dos lábios
que o soubessem sorver, das mentes que o soubessem ler
que acendesse a chama vermelha da excitação
que fosse corda de guitarra,tocada com exactidão
por mãos hábeis que lhe arrancam gemidos tão sentidos
que fizessem o coração sentir,tanta emoção, fazendo os olhos
soltarem lágrimas, de comoção

por ukymarques:
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O mar é grande:

O Mar é grande grande,que se perde no meu olhar
desfila pelo mar uma humanidade inteira,gente
que parte gente que vem,doutros mares,além
da janela do meu quarto que fica no convés desse barco,
embarcam os meus sonhos
no convés desse barco ouço as vozes, que chegam nas ondas,
agitadas das marés,ondas que galgam o meu corpo
à deriva por esses mares,tão grandes
tão grandes, que se perdem no meu olhar,onde eu queria,que dentro dele
se aquietasse esse mar,se aquietasse a ânsia das margens do tempo
querer galgar
vontade que tenho de o sobrevoar,ser um condor e nele deixar ir
os meus sonhos,e o azul do céu transpor
nesta profunda inquietação me agito,banha-me a face a brisa serena
do amanhecer,respiro os odores deste mar que me impregna a pele
dá-me uma abertura imensa para a liberdade de sentir, ver, pensar
sussurra palavras nunca ouvidas,afivela-me os sentidos para não se dispersarem
os meus medos já não são os meus medos
guardo em mim a essência do ser,neste mar abnegado,que me acolhe
no borbulhar da água em bolinhas de ar, onde caravelas de  papel vão navegar

por ukymarques:

2015

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Súbitos halos de melancolia:

Imóvel qual crisálida  caída, incapaz de romper o véu,que a transformaria,numa linda borboleta de asas de seda colorida,também os lábios da manhã,ficaram imóveis incapazes de sorrir,na candidez  
selvagem das cordilheiras, ponteadas de branco,na extasiada imensidão azul dum céu frio límpido,arrepia-me o silencio que se faz ouvir ecoando aos meus ouvidos,estou só comigo mesmo
olho este espaço no universo,tão cândido como as pétalas imaculadas das camélias,acabadas de desabrochar,
súbitos halos de melancolia me tomam por inteiro,longe das terríveis tentações da cidade borbulhando vapores,nas noites frias, na amargura de sonhos,sombrios,no fundo das madrugadas
esquecemos-nos tanto de tudo,o que é singelo e belo,vivo emaranhada
numa teia,que a vida me teceu
que não tenho tempo para amar as coisas simples e grandes da vida, não quero morrer sem ter reparado que um dia existi

por ukymarques:
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2015: