terça-feira, 25 de outubro de 2016

Nas neblinas densas
dos céus escondidos
abafam-se os gritos
solitários de muitas,
solidões
num sombrio silencio,
que o vento murmura
nos seus silvos condoídos
na estática mudez da manhã
cúmplices silêncios
adormecem,nas densas neblinas
dos céus escondidos

por ukymarques:
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2016:

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Não tinha a mala pronta:

Não tinha ainda a mala pronta
quando a morte esteve à minha porta,
não sabia ainda que levar,estava indecisa
não sabia também que livro levar,pois não sabia,
se haveria luz,
para puder ler,ou se por outro motivo
qualquer não pudesse ler
ainda me faltava resolver algumas questões
pois eu nem sabia sequer,nem podia adivinhar,
que estava a  dois passos de fazer a tal viagem
pois não estava ainda preparada,para percorrer tão longos,
caminhos,que eu não sei a onde vão dar,nem sei se têm fim
ainda o meu sonho não foi terminado
tenho os meus olhos naufragados,numa maré de espuma
que depressa se esfuma,sob a sombra da lua
um cheiro errante a violetas,espargindo recordações na minha
débil  vontade de partir,cresceu,rolou como uma onda devastadora
obrigando-me adiar a hora da partida
pois ainda queria ver as rosas vermelhas,a desabrochar.na primavera

por ukymarques:
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 2016:




quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Olho as escarpas:

Olho as escarpas do infinito,vejo o céu d'um azul indolentemente belo
um ténue laço liga-me ao passado,sussurrado beixinho aos meus ouvidos
há muito que me perdi, no voo das andorinhas,deixando  nos beirais
tristes, e vazios,os ninhos da primavera,partindo para lá dos meus olhos
riscando alegres,o tecto do mundo,semeando na noite, silêncios proibidos
que o meu corpo alberga
ardidas cinzas do passado,que não me deixam,rodopiando feitas pó no ar,
que respiro,sem me deixarem aquietar,sento-me numa varanda da noite
por lá vagueiam almas sem pousada, mas não são penadas,são almas libertas
que não precisão de morada

por ukymarques
2016:
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sábado, 8 de outubro de 2016

Eu escrevo apenas algumas linhas:

Eu escrevo apenas algumas linhas endereçadas a ti:

Eu escrevo apenas algumas linhas endereçadas  a ti,tu sabes que são pata ti,mesmo sem o teu nome estar legível,digo-te somente, que tenho boas lembranças de ti,das nossas conversas,sem astucia nem malícia,quase não sabia nada de ti,e tu tão pouco sabias de mim,
mas eras diferente das outras raparigas,que eu conhecia,naquele clima tépido de outono,sentados.a ver o por do sol,no muro do ribeiro, que corria suavemente entre os silvados,carregados de amoras já secas,como eram interessantes as nossas conversas, e saudáveis também,
todavia aquela melancolia outonal,com as folhas das árvores a desprenderem-se,caindo suavemente aos nossos pés, deixava-nos tão nostálgicos, pareciam-nos momentos mágicos,o mundo e a natureza
tão cheios de cores,tão suaves,como a tua voz,no final da tardinha quando o sol já estava cansado,começava a empalidecer,ia de mansinho aninhar-se nas ondas do mar,cheio de calmaria para o receber,reconciliando-se num abraço fraterno
a serenidade do dia,reflectia-se no teu rosto, sereno e ameno,que me transmitia tanta paz,sentia-me bem ao pé de ti não queria que o dia acabasse,queria,que estes momentos,fossem só nossos,tinha
a serena quietação das coisas adormecidas, na noite de luar


por ukymarques:

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