quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ouctobros da minha infãncia:

lembro-me dos ouctobros da minha infância,quando os ouriços começavam abrir nos castanheiros nos dias soalheiros, parecia que estavam a sorrir, e as castanhas caiam reluzentes e gordas no chão, havia nos soutos dois tipos de castanhas que eu gostava muito de apanhar umas gordinhas e roliças, chamavam-se martainhas,outras mais compridas eram as longais,e as judias, quando os meus dedos eram picados pelos ouriços, tingindo de sangue as folhas douradas dos castanheiros e ficavam rubras, fica muito tempo olhando a beleza daquelas cores que jaziam prostradas a meus pés, as manhãs eram frescas
as chuvas vinham cedo e com elas traziam os miscaros espécie de cogumelos amarelinhos, que na minha terra movimentava toda a população na sua apanha devido às suas características de sabores deliciosos, as terras lavradas,para as sementeiras do pasto,para o animais e culturas de inverno, tinham a cor da juventude,a terra arada sulcada  pelo arado que em breve iria receber os grãos de trigo envolvendo-os no seu ventre para os germinar,que se irá transformar em lindas searas douradas,para nos dar o pão nosso de cada dia,como recordo com nostalgia
o cheirinho da terra lavrada,o sol brilhando pachorrento,o chilrear dos passaritos, o som das águas a cantarolar nos ribeiros de seixos brancos cor da neve como era fresca e cristalina a água que nascia no alto das montanhas e  corria livre para o rio,assim como a minha alegria de menina,que saudades
sinto desses ouctobros da minha infância das castanhas assadas no braseiro da lareira nas longas noites dos serões da minha aldeia,que recordo com nostalgia
neste outono da minha vida!...

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19/10/2011:
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