de mim sou viandante
de alma tão errante
não sei de mim
no bulicio do rio
no rumor do cais
solto os meus ais
sou alma tão errante
na margem
verde da estrada
na pálida luz da manha
uma chuva miudinha
molha-me o rosto
e desassossega-me
a alma
nada do que penso
está escrito
ao longo do percurso
só gestos meus
desengonçados
palavras que digo
e não ouço
entrelaça-se em mim
uma memória
sou envolvida por ela
num imenso nevoeiro
despida de ilusões
sento-me na berma
verde da estrada
esquecida de mim
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16/8/2011:
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