terça-feira, 13 de novembro de 2012


BABEL
sepultei  na breve mortalha


da frase as palavras


que me morreram na boca


todas as que disse





separadas do mundo

porque se sumiram
no tempo do qual já 
não faziam parte

transladei-as para a
menina dos meus olhos
que transmitem coisas
indiviziveis, e infinitas
onde continuam vivas

na força dum olhar
que penetra na alma
de quem sabe decifra-lo  
nada nos defini
melhor que a força
de um olhar nele está
a nossa própria substancia




uky.marques


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Na boca
morreu-te uma palavra.

Morreram mais as outras.
Todas as que disseste.

Separadas do mundo,
perdidas no tempo de que faziam parte.
Na breve mortalha da frase,
sepultas.

E não vale a pena repeti-las.

Só ficou a cinza que te envolve os lábios
que te cinge os dedos
no seco da tinta.

Ana Maria e Portugal
12 de Novembro de 2012
 —


sepultei na









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