domingo, 27 de fevereiro de 2011

O DIA ACORDOU CANSADO

Não digas nada fica calado que hás-de tu de me dizer!que o dia está baço e triste com pouca vontade de amanhecer como se tivesse acordado cansado,e não tivesse vontade de viver... eis que o dia irrompeu pela manhã espreguiçou-se levantou os braços esticou as mãos e tocou o céu a medo pisou a neve dos degraus da vida ouço-o na sua força organizada por o motor a trabalhar,e a fazer girar a roda da vida,as rodas resvalam um pouco, e eu penso vais te estampar,tenho uma vontade súbita de me rir,e rio-me muito alto,mas ninguém me ouve,então pensei estou doida porque rio eu? o sol subira no céu os seus raios brilhavam com violência alumiando toda a terra,reflétindo-se na neve! então o dia incerto tacteia a realidade da vida,por um postigo sem vidros a claridade macerava de palidez a minha ausência,escoando-se-me pelos dedos deixo-a cair estilhaçando-se em cacos,estendo as minhas mãos quentes,demoro-as sobre as coisas e elas aquecem com o calor do meu sangue,uma luz difusa, indirecta,fragmenta-se nos meus pensamentos em estilhaços de vidro,que brilham palidamente a meus pés, sou mais um transuente por quem o dia passa,então pensei estarei doida?

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